A Secretaria de Educação de Nova Aliança (SP) decidiu, agora em abril, suspender o transporte de cerca de 70 alunos da rede municipal de ensino, após superlotação nos veículos escolares. Estes estudantes, segundo o município, utilizavam o transporte como espécie de “carona”, já que a legislação prevê a obrigatoriedade a partir de 2km de distância da casa do aluno.

A vendedora, Midiã Laiane da Silva Bahu, diz que tem dois filhos – um de 7 e outro de 8 anos – que estudam na escola Abdo Ayruth, no Centro da cidade e, que, como trabalha até 18h, os horários não batem para poder pegar as crianças.

“Essa é a principal reclamação dos pais, pois a maioria trabalha. Eu moro no bairro Jardim Ipês, na saída para Jaci e dá mais de um quilômetro de distância até a escola. Infelizmente não confio em deixar duas crianças, com essa idade, andar sozinhas pela cidade”, explica.

Atualmente, Nova Aliança possui 337 alunos, entre zona rural e urbana, que dependem do transporte escolar. No total, 72 alunos, utilizavam a “carona”, sendo 47 do período manhã e tarde de um ponto, 14 alunos manhã e tarde do segundo ponto e 11 alunos do terceiro ponto.

Em entrevista à Gazeta do Interior, a secretária de educação do município, Ana Lúcia Lucatto explica que o transporte escolar para os alunos da Rede Pública Municipal e Estadual continua normal e foram suspensas apenas três paradas muito próximas da escola – cerca de 350 a 950 metros - em que alunos pegavam carona nesses ônibus.

“Nova Aliança é uma cidade pequena e nenhum aluno, matriculado na rede pública, mora a mais de 2000 metros, de acordo com a geolocalização. O transporte escolar da zona urbana aos alunos que se enquadram nos critérios de obrigatoriedade, distância mais longa e da educação especial, está ocorrendo normalmente”, explica.

Ana Lúcia explica também que o excesso de alunos estava ocasionando uma superlotação nos ônibus, colocando aos alunos em risco iminente.

“Atualmente, temos registrado um aumento muito grande no uso do Transporte Escolar por crianças que residem a distâncias muito próximas da escola — em alguns casos, a apenas 350 metros (Ponto Caixa d'água) 950 metros (Degust) 900 metros (Vicente Fernandes). Essa situação tem gerado superlotação nos ônibus escolares, comprometendo a qualidade e principalmente a segurança do serviço oferecido. Portanto, suspendemos essa carona para que possamos organizar uma melhor forma de atendimento legal e principalmente seguro para nossos alunos”, explica.

Antes de suspender os pontos próximos, a Secretaria de Educação afirma que realizou campanha de conscientização entre os pais sobre as reais necessidades de uso do transporte para garantir a segurança dos usuários, porém, não houve colaboração.

“Apesar da não obrigatoriedade da Lei, a Prefeitura Municipal já vem trabalhando para que, num futuro próximo, possamos restabelecer o transporte para os alunos que moram próximos da Escola Abdo Ayruth e que necessitam desse conforto com a segurança necessária. Estamos em processo de concurso público de Motoristas para atender as demandas necessárias da Rede Municipal de Ensino”, explicou Ana Lúcia.