Potirendaba

Ministério Público pede arquivamento do caso de homem morto em fazenda de Potirendaba (SP)

autor: Por Luiz Aranha, Gazeta do Interior - Potirendaba

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O Ministério Público pediu o arquivamento do caso do homem que foi encontrado morto em uma fazenda de Potirendaba (SP), em março de 2022. Leo Roberto de Oliveira, de 49 anos, passou 11 dias desaparecido, até seu corpo ser encontrado por um funcionário da propriedade.

Conforme a Gazeta mostrou, a namorada de Leo Roberto contou para a polícia que no sábado, 05 de março de 2022, os dois fizeram usaram cocaína e cerveja, onde ele afirmou que estava sendo ameaçado por algumas pessoas. Os dois então seguiram na caminhonete de Leo e, após ziguezaguear por uma plantação de cana-de-açúcar entre Potirendaba e Ibirá e arrebentar algumas cercas da propriedade, o veículo parou em uma área de pastagem.

Leo então teria pego a namorada pelo braço e a levado em um barranco próximo de um rio, onde, no local, disse que iria se matar e a levaria junto. No BO ela afirma ainda que tentou segurá-lo, porém, ele pulou e acabou batendo a cabeça em um pedaço de pau, onde ficou desacordado.

No momento em que tentou segurar a vítima, a namorada conta que ficou com o tênis dele nas mãos, onde, em seguida, teria descido o barranco até onde ele estava, e, como ele aparentava estar morto, saiu correndo para pedir ajuda até a Vicinal Abel Pinho Maia, que liga Potirendaba a Ibirá. Um funcionário que trabalhava nas obras de recape da rodovia ajudou a socorrer a mulher e contou que viu a caminhonete passar pela rodovia, em alta velocidade e, algumas horas depois, apareceu a mulher, que saiu de dentro do canavial, pedindo ajuda e socorro, aparentava estar cansada e repetindo “mataram meu marido!” (SIC).

Em seguida, o funcionário contou que a mulher deitou no meio da rodovia e decidiu então acionar a Polícia Militar. Ele deu água para a vítima, que dizia: “mataram meu marido! Ele pulou do barranco!” , além de falas desconexas. Ela foi socorrida com ferimentos pelo corpo.

Policiais militares, civis, guardas municipais e também o Corpo de Bombeiros realizaram diversas buscas pela propriedade onde, segundo a versão da mulher, seria o local onde Leo teria desaparecido. 11 dias depois, o corpo dele foi encontrado em estado avançado de decomposição, por um funcionário da fazenda, há alguns metros de onde a caminhonete havia sido encontrada.

Junto com o corpo estava o celular, o tênis da vítima e o chinelo da namorada. A perícia técnica foi acionada e o celular da namorada chegou a ser aprendido para ajudar na investigação do caso. 

No dia 7 de novembro do ano passado, a Polícia Civil de Potirendaba realizou uma reconstituição do caso, a pedido do Ministério Público, com a participação da namorada. O caso era investigado como morte suspeita.

Por falta de provas, o promotor, Rodrigo Vendramini, pediu o arquivamento do caso, já que não foram apurados fatos que levassem ao entendimento quanto a prática de homicídio, induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio ou a automutilação, ou ainda a qualquer outro delito.
 
“As informações contidas levam ao entendimento que o casal Leo Roberto (vítima) e a [namorada] fizeram o uso de álcool e entorpecentes durante toda a noite anterior aos fatos e o acontecido desencadeou-se de um surto e alucinações da própria vítima, que acabou caindo do barranco, perdendo a própria vida. Do mesmo modo, não há nos autos qualquer prova ou indício que demonstre a participação de terceiras pessoas no ocorrido ou ainda que indiquem dolo, culpa ou qualquer influência de Renata no resultado morte. Diante do exposto, por não vislumbrar indícios suficientes de ilícito penal a ser apurado, nem outras diligências a serem realizadas, requeiro o arquivamento do presente procedimento investigatório”, disse o promotor.

Após análise, o juiz da cidade, Marco Antônio Costa Neves Buchala, então arquivou o caso no último dia 28 de março.

A defesa da namorada de Leo afirmou que ela sofreu pela perda da pessoa com quem manteve um relacionamento e por ter que reviver o caso, nos últimos anos, estando na mira das investigações.

“Desde que assumimos o caso, no final do ano de 2024 nunca duvidamos de sua inocência, isto porque, verificamos a ausência de alguns exames periciais que já deveriam ter sido juntados ainda no ano de 2022, como por exemplo, o laudo referente ao encontro do veículo e o exame toxicológico na vítima. Após a realização da reconstituição, nós solicitamos ao Perito responsável e a Autoridade policial a juntada destes laudos, o que se realizou recentemente com o envio do laudo pericial do veículo junto com o da reprodução simulada, com exceção do exame toxicológico que não teria sido realizado, à época, no cadáver da vítima, tornando-se prejudicado a realização posterior. Com isso, esta posição adotada pelo Promotor de Justiça que determinou o arquivamento do caso é a mais acertada após os esclarecimentos pendentes e também para devolver a paz para esta pessoa que adoeceu psicologicamente após este infeliz acidente”, disse Nugri Campos.