O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público cumpriu mandados de busca e apreensão nesta terça-feira, (26/11/2024), em Uchoa e São José do Rio Preto (SP), contra uma quadrilha que falsificava e vendia agrotóxicos.
Segundo o MP, a ação, coordenada pelo Gaeco do Paraná (PR), cumpriu 19 mandados de busca e apreensão em Terra Roxa e Cascavel, além de cidades de Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, incluindo a sede da empresa investigada e residências dos proprietários. O Gaeco de Rio Preto apoiou a ação, que também cumpriu um mandado em Uchoa. Um dos grupos criminosos é responsável pela emissão de notas fiscais fraudulentas que, nos últimos três anos, somam quase R$ 26 milhões.
Durante a ação nestes estados foram apreendidos documentos, celulares, computadores e equipamentos eletrônicos. Os materiais apreendidos foram encaminhados à sede do Gaeco em Cascavel.
Os grupos investigados atuam na comercialização de agrotóxicos de procedência ilícita oriundos de roubos, desvios, adulteração ou falsificação. O cumprimento das ordens judiciais, deferidas pelo Juízo Criminal de Cascavel, também foi acompanhado por auditores da Receita Estadual, do Ministério da Agricultura e Pecuária e do Ministério Público.
O uso de agrotóxicos de origem ilícita pode representar uma grave ameaça à saúde pública, ao meio ambiente e à segurança alimentar. Por não passarem por testes de segurança e eficácia exigidos pelas autoridades sanitárias, os produtos podem conter substâncias proibidas ou em concentrações inadequadas.
A aplicação destes agrotóxicos contrabandeados pode contaminar o solo, os recursos hídricos e os alimentos, expondo os consumidores e os trabalhadores rurais a riscos graves, como intoxicações e doenças crônicas. O uso indiscriminado de produtos ilegais também pode contribuir para a resistência de pragas, tornando o controle agrícola mais difícil e oneroso.