Um pai procurou a polícia nesta última sexta-feira, (15/11/2024), depois do filho dele, de 8 anos, ser impedido de entrar em uma loja de brinquedos no Shopping Iguatemi, em São José do Rio Preto (SP). A criança possui transtorno do espectro autista.
Segundo o boletim de ocorrência, o pai contou para a polícia que, semanalmente, a criança frequenta o espaço privado, sendo que esta foi primeira vez que sofreu o referido constrangimento. Ele conta que, enquanto estacionava o veículo, o filho foi com a babá para o espaço kids, como de costume, porém, logo em seguida ela entrou em contato dizendo que levaria a criança para outro local, pois foi criado empecilhos para a entrada dela nos brinquedos.
A babá contou para o pai que a gerente e uma atendente disseram que, para que a criança entrasse no local, seria necessário a presença de um dos pais. As funcionárias mencionaram que, em dias anteriores, a criança teria defecado no local. Em seguida o menino passou a ficar agitado e precisou ser levado para outro espaço, para que fosse acalmado.
Após ter conhecimento do caso, o pai foi ao espaço para que o filho pudesse brincar. Ocorre que mais uma vez foi constrangido, visto que a gerente exigiu que fosse preenchido um formulário, bem como fosse apresentado laudo contendo o diagnóstico da criança. Ele explicou para a gerente que, há anos a criança frequenta o local, sendo inclusive conhecida por outros funcionários, e que nunca foram exigidos os documentos.
Além de confirmar que era necessário o preenchimento dos documentos, a gerente disse ainda, na frente de outras pessoas que aguardavam na fila, que "seu filho já saiu defecando pernas a baixo pelos corredores do shopping" e que era necessário interditar o local para limpeza. Informa que os fatos mencionados não condizem com a realidade, sendo dito apenas para constranger e impedir a entrada do menino no brinquedo, pois o filho já é desfraldado.
Após o caso, o pai e a babá registraram reclamação no shopping e deixaram o local. O caso foi registrado como discriminação de pessoa com deficiência, baseado no estatuto da pessoa com deficiência e agora será investigado.
Procurada, a assessoria do Shopping Iguatemi disse que, assim que tomou conhecimento da situação, acionou os responsáveis pela operação solicitando esclarecimentos dos fatos e requerendo um retorno e posicionamento ao cliente. “O empreendimento reforça que repudia qualquer atitude discriminatória e seguirá acompanhando o caso”, diz trecho da nota.
Já a A Magic Games disse que preza pelo respeito em sua conduta e está em contato com os envolvidos. “A empresa reforça que não houve qualquer impedimento na entrada e segue com o seu compromisso de excelência no atendimento, segurança e bem-estar de todos os clientes e visitantes”, disse.