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Prestador de serviço da Prefeitura de Uchoa (SP) diz que foi intimidado por candidatos a prefeito e vice

autor: Por Gazeta do Interior - Uchoa

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Um prestador de serviços da Prefeitura de Uchoa (SP), diz que foi intimidado por um candidato a prefeito e também seu vice, no último sábado, (31/08/2024). Ele, que trabalha no Centro de Controle de Zoonoses da cidade, estava voltando de fazer o resgate de um animal, quando foi surpreendido pelos dois.

Segundo informações da Polícia Militar, equipes foram acionadas para atendimento de uma ocorrência de desinteligência, onde o candidato a prefeito, José Carlos Garcia Rúbio, conhecido como Zé Gordo, (Republicanos), estava no hospital da cidade, junto com seu candidato a vice-prefeito, Carlos Alberto Lopes Davanço, alegando que foram agredidos. Questionado, Zé Gordo disse, quando viu o funcionário, Adrian Domiciano Fial da Costa, conduzindo um veículo da saúde para fins destinados a animais, foi até o canil para questioná-lo, momento em que ele se alterou e saiu do local em alta velocidade. 

Em seguida o candidato contou para a polícia que foi derrubado no chão e que teve sua perna resvalada, causando lesão.

A Gazeta teve acesso às imagens de uma câmera de segurança do Centro de Zoonoses, que mostram o momento exato da ação, que aconteceu às 18h04 do sábado. 

Em primeiro momento a gravação mostra o colaborador chegando no CCZ e logo atrás o veículo com os dois candidatos. Na sequência, Adrian desce e vai em direção ao portão, onde já é surpreendido por Zé Gordo.

O prestador de serviço então volta para o carro e tenta fechar a porta, momento em que é impedido pelo homem, que é empurrado. Zé Gordo continua na porta, batendo palmas e gesticulando, enquanto Carlos Alberto fica assistindo, do lado, e falando ao celular.

Minutos depois, Adrian volta para o carro e engata marcha ré para deixar o local, momento em que Zé Gordo e Carlos Alberto vão para cima do veículo com socos, tentando impedir a saída do colaborador. Eles então entram na frente do automóvel e Zé Gordo acaba sendo atingido no pé esquerdo pelo veículo. 

Procurado pela reportagem, Adrian afirmou que estava voltando de realizar o resgate de um cachorro e se sentiu ameaçado e intimidado pelos candidatos.

"Eles me cercaram e passaram a ligar para um vereador e também para apoiadores do grupo deles pedindo para que fossem até o local. Eu não sabia o que poderia acontecer comigo e por isso tentei sair com o carro, porém, a todo momento eles me impediam e afirmavam que eu não tinha carteira de habitação, sendo que isso não é verdade, pois sou habilitado e o município dispõe de uma portaria, na qual eu posso dirigir o veículo. Eu só estava tentando fazer o meu serviço", afirma.

O prestador afirmou que, nesta segunda-feira, (02/09), que procurou a delegacia da cidade para registrar o crime de ameaça contra os apoiadores dos candidatos. "Nós também vamos ingressar com uma queixa-crime por calúnia, onde vários vídeos foram postados afirmando que meu cliente não é habilitado, o que é uma inverdade", disse o advogado do colaborador, Maxuel José da Silva.

Para a Gazeta, Zé Gordo contou que foi ultrapassado pelo veículo da saúde e estranhou o fato de o carro estar em alta velocidade, com uma pessoa que não é funcionária e, que, por isso, decidiu ir atrás. 

"Sou cidadão, pagos meus impostos e tenho o direito em saber o que aquele veículo público estava fazendo e por isso eu decidi ir atrás. No primeiro momento em que ele [colaborador] entra no carro, eu fui empurrado com uma mão e, com a outra, ele me deu um soco no peito. Depois ele jogou o carro para cima de mim, atingiu minha perna e eu caí no chão. Se ele não tinha nada o que esconder, porque saiu correndo", questiona.

Depois do caso, o candidato disse que foi para o Hospital da cidade, onde recebeu cuidados médicos. "Eu cheguei com a pressão em 19/8 e o diabetes em 368. Lá fizeram um curativo e depois eu ainda fui para um hospital em Rio Preto para fazer um raio-x", explicou.

A Prefeitura de Uchoa afirmou que o prestador de serviços estava trabalhando e autorizado a conduzir o veículo, já que o município possui uma Portaria de 2021, que permite tal função.

O boletim de ocorrência da Polícia Militar será encaminhado para a Polícia Civil, que deverá instaurar inquérito para apurar o caso. As imagens da câmera de segurança do órgão também serão entregues à polícia.