

A concessionária Rumo e os prefeitos dos municípios de São José do Rio Preto, Mirassol e Cedral (SP), anunciam oficialmente nesta próxima quarta-feira, (07/02/2024), um conjunto de obras denominado de "Solução Integrada" para resolver completamente os conflitos existentes entre as cidades e ferrovia.
Uma nota divulgada nesta terça-feira, (06/02), os municípios não revelam detalhe de quais serão os anúncios, apena que haverá uma entrevista coletiva às 11h desta quarta (7), para o anúncio à imprensa. A vai entrevista vai contar com as presenças do vice-presidente de Regulação da Rumo, Guilherme Penin, Rafael Vitale Rodrigues, diretor geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e dos prefeitos Edinho Araújo (Rio Preto), Edson Ermenegildo (Mirassol) e Janjão (Cedral).
Conforme a Gazeta vem mostrando, o projeto prevê a retirada do tráfego de composições do centro de Mirassol e Rio Preto, com um desvio para Nova Aliança, Bady Bassitt e Cedral. A obra de R$ 694 milhões gera dúvidas e a eficiência e finalidade ainda são incertas. Só em Bady Bassitt, mais de 70 propriedades rurais serão afetadas diretamente, de acordo com o novo traçado. Deste total, mais da metade é do setor de agricultura e agropecuária. Além disso, serão mais de 500 árvores retiradas da natureza.
Um dos grandes questionamentos feitos durante as manifestações populares nas audiências públicas que foram realizadas, foi referente à proximidade da malha férrea à área urbana. Segundo os proprietários das áreas rurais, além de afetar diretamente a fauna e a flora, afetará também a expansão urbana da cidade, já que em alguns pontos a linha férrea já passaria em áreas urbanas.
Durante a audiência, uma equipe multidisciplinar da empresa Rumo se manifestou em resposta às manifestações de populares e autoridades feitas durante a audiência. Os especialistas disseram que, para a escolha do trajeto foram avaliados os impactos econômicos, sociais e ambientais, escolhendo-se o trajeto com menos impactos.
O engenheiro responsável ressaltou que é possível fazer pequenas mudanças no trajeto escolhido, no entanto, essa diretriz já está determinada. Ainda segundo o engenheiro, a época, serão 15 passagens de fauna, 20 passagens de gados e 17 passagens superiores e inferiores, contemplando, inclusive, estradas de terra. “Nenhum proprietário ficará ilhado”, garantiu o engenheiro da empresa, Ray Ferraz.
Revolta
Desde o início dos estudos que a Gazeta vem alertando que o contorno ferroviário de 53 quilômetros passaria na área urbana de Bady Bassitt, uma das cidades que mais se desenvolve na nossa região. O desvio passa pela região sul de Bady Bassitt, do lado de loteamentos e bem próximo das casas.
No mapa é possível ver que a linha férrea cortará ainda a vicinal Luiz Carlos Brandolezzi, que liga Potirendaba a Bady Bassitt e também a João Neves, que liga Potirendaba a Cedral. Por dia, são cerca de 10 locomotivas que puxam, uma média, de 80 vagões cada e que atualmente passam pelos 20 quilômetros dentro de Rio Preto.
A Rumo ainda não confirma se o Centro de Armazenamento de Combustíveis, hoje instalado no Parque Industrial de Rio Preto, permanecerá no local ou se será retirado. Com isso, o problema dos trens continuará na cidade, já que as composições continuarão cortando o município todos os dias.
No estudo feito pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), em 2017, uma nova base seria construída entre Bady e Cedral, porém, por conta dos custos, certamente este projeto não sairá do papel.