Um produtor rural de 68 anos conseguiu salvar seu cachorro de estimação depois de lutar com uma sucuri de cerca de 4 metros de comprimento, em uma propriedade rural do bairro Guajuriva, em Potirendaba (SP). “Eu morreria junto, mas não deixava ele”, disse o homem em um ato heroico que colocou sua própria vida em risco.

Gildo Loureiro conta que, como de costume, percorre o sítio de moto, acompanhado de seus quatro cães de estimação, até na divisa com o córrego Borá. O vira-lata Tico, o mais paparicado, segue com ele em cima do tanque da moto.

“Naquele dia estavam os quatro brincando aqui perto do córrego quando eu escutei um latido de cachorro. Quando cheguei perto eu vi que uma sucuri estava enrolada no Tico e com ele já dentro de um lago. Na hora eu quebrei o galho de uma árvore e comecei a bater na cobra para que ela soltasse ele, mas ela não soltava. Eu então puxei ela, abri a boca dela e consegui fazer com que ela soltasse o cachorro”, explica Gildo.


(Pedaço de madeira que produtor rural lutou com a serpente)

Por causa das presas da serpente, o produtor sofreu ferimentos nas mãos e Tico ficou ferido no pescoço. Após se soltar da cobra e ela fugir pela mata, Gildo fala que imediatamente levou o cão até um veterinário, onde passou por exames, recebeu medicação e está tudo bem.

“O veterinário afirmou que se demorasse mais do que cinco minutos, o cachorro não sobreviveria. Ele recebeu medicação, mas felizmente está tudo bem. Muitas pessoas me falam que eu sou louco, mas eu morreria junto com meu cachorro e não deixaria ver a cobra matar ele”, afirma.

Gildo conta que esta não é a primeira vez que sucuris atacam animais em sua propriedade rural. “Há alguns anos uma sucuri de mais de 5 metros matou e engoliu um bezerro que havia acabado de nascer aqui no sítio. Só demos falta porque a vaca vinha perto da nossa casa, berrava pelo filhote e descia perto de uma mina de água. Quando chegamos no local, nos deparamos com a serpente que havia engolido o bezerro”, afirma.

A Polícia Ambiental afirma que a recomendação é para que as pessoas jamais tentem confronto com esses animais, onde, sempre que possível, devem acionar uma equipe da Polícia Ambiental ou até mesmo o Corpo de Bombeiros.

“Sabemos que é o ciclo natural da cadeia alimentar dos bichos e que estamos no espaço deles, porém, na hora, a gente só pensa em salvar o animal de estimação que está lá lutando pela própria sobrevivência”, finaliza Gildo.​